segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O que eu penso das cores


O que eu penso das cores?
Eu mudo a cada momento
Tiro, ponho pigmento
As vezes as quero vibrantes
Outras prefiro brilhantes
Sempre na hora devida
Alegre ou deprimida
A alma é minha paleta
Meu pincel, minha caneta
Que influi no colorido.

Tenho direito de ser triste
E muito mais de ser feliz
Não interessa o matiz
Cada instante é uma cor
E se o caso for
De realçar a beleza
De se demonstrar firmeza
De se desejar bonança
De sonhar, ter esperança
Sou verde, sou natureza.

Mas, se estou numa fase
Que exija serenidade
Transmito paz, sou verdade
Busco contato com o céu
Se é este o meu papel
É o que busco passar
E, se posso colaborar
Eu abro meu coração
Aí sou música, sou canção
Sou azul da cor do mar.

As cores são sentimentos
Influem no rir, no chorar
Se é tempo de cantar
Eu cantarei, com certeza.
Não importa ter destreza
O todo é que faz o belo
E com a alma eu pincelo
Uma nova cor com alento
E brado junto ao vento
Eu sou o sol, sou amarelo.

Mas se a mente detecta
Desejos, amor, paixão
Coitado do coração
Que não sabe disfarçar.
Começo a gaguejar
Me olho sério no espelho
Com meu eu me aconselho
Olho em volta, busco abrigo
Ligo o alerta do perigo
E dou meu sangue, sou vermelho.

Acho o escuro e o silencio
Indutores do pensamento
De quem busca aprofundamento
Na análise de suas ações.
Cresço nas reflexões
Pois volto amadurecido
A Deus fico agradecido
Aceito o cinza, sou franco
Que é pra tornar de novo branco
Pronto para um colorido.

Celso Cruz (Brocoió)



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